O que vim mapear aqui...

Mapeando meus sentidos e rabiscando impressões.

"Porque tu sabes que é de poesia, minha vida secreta..."(De Ariana para Dionísio)

sábado, 25 de setembro de 2010

Mapeando o colaborar

                                           Crepúsculo no Sitio Alto da Paz.


"Seu maior medo era o destemor que sentia. 
Íntegro, sem mágoas nem carências ou expectativas.
Inteiro, sem memórias nem fantasias." 
(Caio Fernando Abreu)



No mundo cão dos negócios, alguém tem roubado o que você vale?
Há um tempo, venho pagando pelo meu sossego.
Confesso: um valor difícil, porem, justo.
Decidi compartilhar, sem enganos, meu potencial colaborativo.
E percebo, afinal, que o tal processo colaborativo não pode ser uma imposição, um pedido, um acordo camarada, tampouco implorado.
Antes, carece de conquista. 
Só colaboramos quando somos conquistados.
Não há colaboração sem vontade de integrar, doar, pertencer.
E sem entrega, não há como hackear potenciais colaboradores. 
Eles precisam, antes, permitir o acesso. Ganhamos colaboração gratuita, verdadeira, intensa quando atingimos o que não é digital no outro. Mais que colaboradores, viramos parceiros apaixonados por toda a vida.
Eu sou assim: passional, quero me apaixonar,me jogar no abismo, pagar o preço de fazer o que se ama.
Até quando trabalho meu cooperativismo, porque minha participação humana, aquela que não se compra, eu dou por amor, paixão, por entender o sentido de colaborar com todo o processo.
Se bem que, minha colaboração individual é nada. Em vão. 
Ela só tem valor se posso compartilhar, comunicar, ter sintonia.
Não quero autonomia acompanhada de omissão e silêncio.
Quero praticar o colaborativo sincronizada com quem também se diz colaborador. 
Quero vestir o uniforme de um time que se identifica, trabalha junto e passa a bola, com técnica e classe. 
Se quando formos embora de cada cidade, uma semente verdadeira do que é colaborar não for plantada na alma de uma só pessoa que seja, teremos feito nada. 
A conquista faz parte do processo.
Isso não se ensina em oficinas. 
Mostra-se no olhar apaixonado, na cumplicidade do que estamos compartilhando.
Antes de arrumar as malas, vamos auscultar a rota que nosso colaborativismo intimo tomou?
Ou, terei dado um descanso pro meu sossego, em vão. 
Antes, quero me jogar no precipício que é a paixão por algo.
Se bem que, neste caso, precisamos nos jogar juntos.
E que venham as rotas, as intempéries, os sentidos ao contrário, o rumo inesperado.
Nossa rosa dos ventos, há de guiar e bendizer nossa identidade colaborativa.
Vamos nessa?!












  
 
 
 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sem eira, nem beira.

                                            Foto do Rio São Francisco, tirada da balsa, em Penedo-AL


"O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.
"
(Noel Rosa)





Eu já fui "Santos", hoje sou "Montenegro" por herança matrimonial.
Disse ao juiz, na hora do divórcio, que mudaria quando casasse de novo, caso o próximo marido tivesse um sobrenome mais interessante.
Humor negro. Afinal, vivo numa terra onde os sobrenomes valem tanto quanto o status e o poder politico.
O que me enoja.
A clássica e piegas frase de perguntar :"voce sabe com quem está falando?" ainda dita normas num estado nutrido por um coronelismo
que nunca deixou de existir. Eles estão apenas mais polidos, vestem-se melhor, minimizam os vestigios, andam em carros mais pomposos.
Eu não tenho nome, meu sobrenome serve apenas de enfeite e motivo nenhum de ostentação. Aliás, se posso me gabar de algum, o faria com o Ferreira. Herança paternal.
Brinco, dizendo que sou prima de Virgulino(O Lampião), enalteço sua valentia, e no fundo ostento seu destemor como se eu a tivesse herdado pelo parentesco fantasiado.
Mas a verdade é que minha coragem é pouca, e não vem do laço familiar. Vem do medo.
De perder o sentido das coisas, de me perder no meio dessa sociedade que usa o sobrenome e seus meios sórdidos pra sobressair-se. Medo de que minha coragem se perca
ao conversar com meu pessimismo, que sabe que pode mudar pouco esta realidade.
A verdade é que prefiro ser um zé ninguém. Sem eira, sem beira, sem medo de recomeçar a cada vez que cair.
Sem desperdiçar as oportunidades de aprender. De descobrir quem sou, o que faço aqui e como aprendo com as pessoas mais simples, aquelas que não tem sobrenome, mas tem vida dentro de si, tem histórias e essência humana na alma.
Em pleno momento de campanha eleitoral, de malas quase prontas pra viajar, me banho de indignação diante dos sobrenomes que insistem em desfilar diante de mim, da minha vontade de querer escrever outra história pro meu estado, pra esse povo sofrido e ao mesmo tempo, tão rico. Que não precisa de sobrenome, precisa de oportunidade pra mostrar sua força.
E Viva aos santos, silvas, josés, marias, pereiras, ferreiras, que fazem parte de uma riqueza sem sobrenome, mas com iniciais que pretendo deixar gravadas na memória, na emoção, no mapeamento digital do mundo. Na nossa história e na de quem decidir nos acompanhar. Seja qual for seu brasão familiar, diga seu nome, junte-se a nós e vamos mapear alagoas. Colaborar com quem carrega na alma, a herança de uma história valiosa.


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Mapeando minha "ilusão maravilhosa" por uma história diferente.Terei ficado mais hostil após a amizade com o Rambo? Sorte minha, que Mestre dos Magos me ensinou a desaparecer.

Daqui a pouco é dia da Árvore, vamos plantar conhecimento?


domingo, 19 de setembro de 2010

O que se abre aberto




"Sou uma céptica que crê em tudo, 
uma desiludida cheia de ilusões, 
uma revoltada que aceita, sorridente, 
todo o mal da vida,
uma indiferente a transbordar de ternura."

(Florbela Espanca)


Pés sem pontas.
Esvaziando o deserto.
Indo embora para sempre e voltando três dias depois.
A verdade é que tô achando essas letrinhas muito lilazes pro meu gosto já tão lilás.
Já tentei mudar umas 359 vezes, mas ando sem tom e sem cor.
Além do mais, faltei a oficina de blogs, estava aprendendo defesa pessoal com o Mestre do Magos.
Cansei das dicas gentis do Rambo. Estou Zen demais. Zem nada.
E o humor em alta.
Uma hora, o mundo inteiro se ajeita. E o meu também.


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Abrindo uma nova estação: a que co-cria as flores, distribui as sementes e ensina a colher os frutos.
E ainda sai com perfume nas mãos.