Impressão de nunca estar certa;
Impaciente com quem não sabe que ciclovia é sinônimo de arte. Arte de andar de bicicleta. Ando inventando verdades e desviando as mentiras que protegem o sofrimento. Fazendo planos cotidianos como se escrevesse um diário, com metas pra serem concluídas até o fim do café da manhã. As promessas de ano novo tem se convertido em pequenas façanhas. Entendi que é mais real cumprir o que estou vivendo do o que ponho num pedestal fantasioso de felicidade eterna. Decidi não acumular os rancores, nem tropeçar nos desafetos. Choro, ao invés de emudecer por receio da sentença. Lavo a alma e os cabelos no chuveiro. Em dias fortuitos, o mergulho é na chuva.
O que doía, já dói menos. As dúvidas são as clássicas, ainda me rebelo com o que me é imposto como modelo ideal e aceitável de felicidade. Da minha, sei eu. Meus desejos são múltiplos, só lamento que eles não sejam iguais aos da maioria. (mentira, não lamento.) E se ninguém sabe onde vou parar, há de ter um satélite nesse espaço sem fim do meu querer. De longe, minhas impressões serão menos tempestuosas. E, se me perco entre as palavras, é puro medo de me perder de vez em você. De façanha em façanha, me aninho em seu colo. Desisti da solidão celibatária do ano novo. Nem era promessa, só teimosia. Com a senha secreta da imaginação, posso tudo. Até abrir a porta.